Rute

13-12-2012 23:17

Pobre menina, o luto se tornou sua sina. Sua casa de felicidade ficou para trás, agora habitava junto a um poço de amargura. Mas era forte a menina, mesmo com o coração em pranto, não bebia das amargas aguas da desesperança. Preferia, no entanto, o caminho da fidelidade, reconstruir os sonhos e poder enfim recomeçar.

A saudade era sua companheira, mas ela decidiu que o futuro seria ainda mais belo do que a história que ficou para trás. O novo sempre assusta, mas recomeçar era preciso, mesmo que para isso tivesse que abrir mão de coisas que antes pareciam ser de valor, mas que agora, frente à vida e a morte, eram meras aguas rasas.

Levantou cedo, trabalhou, ouviu conselhos, e caminhou. Enquanto isso, a bondade lhe viu,  a nobreza lhe prestigiou. Ela riu, ela sonhou, talvez pudesse novamente experimentar o amor.

Fidelidade era seu nome, e aos pés da graça se humilhou. Para ela houve um remidor.

De pobre enlutada, a menina se tornou em uma nobre matriarca. Semeou a lealdade, colheu frutos eternos. E assim, a doçura contaminou a agua, transformando as fontes amargas em rios de esperança. Brindemos a fidelidade, celebremos a humildade, cantemos a esperança; nasce um sonho, vive o amor!

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Rebeca Barros rebeca.neri@gmail.com