O Encontro

02-09-2013 12:49

Marcaram um encontro. Eram dois desconhecidos. Ele disse que iria de branco, ela de azul turquesa, se encontrariam em um lugar público, desses que passa uma multidão, mas ninguém de fato observa o que acontece.

Ela pensou o que faria, ele pensou o que diria, e ambos pensaram em desistir. Ela ficou com medo dele não aparecer, ele pensou se ela seria tudo que parecia ser. Decidiram que iriam assim mesmo, que encarariam o que fosse necessário.

Os passos dele foram firmes, e quem visse seus olhos estariam certos de que estava convicto do que queria. Ela colocara sua melhor roupa, tão graciosa, tão sutil como sempre, andava como quem baila e sorria com uma ternura embriagante.

Olharam no relógio, não queriam chegar antes, então diminuiram os passos e acertaram suas pisadas no ritmo do ponteiro do relógio. E assim, no segundo exato chegaram. Se olharam. Se encontraram.

No primeiro momento não houve palavras, nem grandes atos, apenas o barulho ensurdessedor do silêncio que os envolveu naquele instante. Mas alguém que passava viu a cena, e sem constrangimento deixou seus olhos repousarem sobre aqueles dois. E antes de continuar seu caminho concluiu que aquele era um encontro de velhos conhecidos.

Então o silêncio foi rompido:

- Prazer, eu sou Amor! – disse ele em um tom forte, mas amigável.

E sorrindo mais uma vez, ela replicou:

- E eu a esperança!

 

07/09/12

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Rebeca Barros rebeca.neri@gmail.com