O construtor
Um homem decidiu fazer uma construção. Lembrou-se então, dos conselhos do seu pai: “Filho quando fores construir, invista bastante tempo, forças e recursos, no fundamento. Não poupe gastos, nem esforços, a base é o mais importante em uma construção.”.
As palavras do velho pai ecoavam na sua mente, decidiu segui-las. Fez tudo aquilo, gastou tempo, esforço físico e emocional, usou a sua inteligência e toda a sua habilidade. Então depois de muito tempo, decidiu dá uma volta ao redor da sua construção. Surpreendeu-se como a sua vizinhança tinha crescido, quantas belas residências e comércios surgiram naquele tempo. Encantou-se principalmente pelo palacete que haviam construído em frente a sua edificação.
Atordoado olhou de volta para a sua obra, ali via apenas ferro e madeira. Não havia cores, nem belas formas arquitetônicas. Um tanto constrangido, pensou se havia feito o certo em ouvir os conselhos do seu pai. Será que todo aquele esforço valeria à pena?
Lembrou-se novamente daquela voz rouca e serena, que ouvira por toda a vida, mas dessa vez dizia: “Filho, não tenha inveja dos levianos, nem se deixe roubar pela beleza dos superficiais. Nem sempre o que é aparência de fato é, nem sempre o que é essência, pode ser visto num primeiro olhar. As maquiagens rapidamente se desmancham, e o que é frágil facilmente se quebra. Mas invista sempre no que irão durar. As bases sólidas e bem firmes permitirão que você construa algo além de belo, seja duradouro.”.
Aquelas palavras lhe acalentaram, e o homem voltou a sua construção. Compreendendo que nada do que fizera foi inútil. O valor das coisas está além do que pode ser visto em um relance. E o que vale a pena exige tempo, esforço, paixão e amor.